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quarta-feira, 15 de março de 2017

O livreiro ambulante que herdou 300 obras de Gabriel García Márquez


No meio de uma tarde sonolenta, algo habitual no Caribe colombiano, um dos muitos celulares de Martín Murillo tocou várias vezes sem ser atendido. Uma amiga de Mercedes Barcha, a viúva de Gabriel García Márquez, estava procurando por ele para dar um recado. Murillo estava viajando por uma das muitas cidades perdidas no sul de Bolívar. A Gaba, por outro lado, estava hospedada em sua casa em Cartagena das Índias. Fazia pouco mais de um ano que o Prêmio Nobel tinha morrido e queria dar um presente.

“Isso ocorre quando se limpam as bibliotecas”, diz Murillo. Mas a verdade é que esse presente, que Barcha entregou há um mês sem protocolos, é uma pequena grande herança do escritor colombiano: 316 livros da biblioteca que ele tinha na cidade murada e que qualquer colecionador guardaria como um tesouro. Esse mulato, nascido há 47 anos na região do Pacífico e que vive há mais de 10 no Caribe, sabe que é um privilegiado. Ele não era, como se poderia pensar, amigo do escritor, embora tenham se conhecido. As razões para a doação têm a ver, na verdade, com esse personagem que Murillo construiu nos últimos oito anos e que parece tirado de Macondo.


Isso foi o que disse o Nobel em 2010, quando, na entrada dos escritórios da Fundação Nuevo Periodismo Iberoamericano, perguntou pelo famoso Carrinho Literário, uma livraria ambulante, minúscula, nômade e gratuita, que Murillo criou em 2007. Desde então, esse homem que estudou até a quinta série, que quando era jovem só lia sobre beisebol e basquete, que vendeu água, café e arepas recheadas na rua, se tornou o promotor da leitura com uma estratégia que surpreendeu muitos. Murillo percorre com sua biblioteca móvel as ruas de Cartagena e os caminhos empoeirados das cidades do estado de Bolívar. Empresta os livros, lê para crianças e nunca cobra.

“Sim, Gabo me disse: Isso é macondiano.”

(...) 
Fonte (texto e imagem): El País


 






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