PLANO NACIONAL DE EDUCAÇÃO

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domingo, 18 de janeiro de 2015

UFMG oferece curso gratuito a distância de prevenção ao uso de drogas na escola

Educadores interessados no tema da prevenção ao uso de drogas têm a oportunidade de aprofundar seus conhecimentos sobre o assunto no curso de aperfeiçoamento em Prevenção do Uso de Drogas, ofertado pelo Centro de Apoio à Educação a Distância (Caed/UFMG), por meio do Programa Universidade Aberta do Brasil (UAB). Gratuito e totalmente a distância, o curso tem início previsto para 1º de março.

Serão ofertadas 500 vagas para todo o país, das quais 350 serão destinadas a professores e 150 a candidatos de demanda social, incluindo profissionais que integram a equipe do Programa de Saúde na Escola (PSE), representantes de organizações com interesse nas áreas de educação e saúde, prevenção ao uso de drogas, além de pessoas da comunidade em geral.

O processo seletivo será constituído de uma única etapa — prova de títulos — com caráter classificatório, na qual serão consideradas a experiência docente e a formação acadêmica do concorrente. Em caso de empate, os critérios para classificação serão a nota da prova de títulos e o tempo de exercício do magistério, nessa ordem. Será formada uma lista de espera de 100 pessoas.

As inscrições vão até 31 de janeiro e devem ser feitas pelo formulário eletrônico disponível no blog do curso, onde o candidato deve anexar a documentação listada pelo edital de seleção. O resultado será publicado será divulgado na página do Caed, a partir do dia 23 de fevereiro.

Fonte: UFMG
Acesse o blog do curso

quarta-feira, 14 de janeiro de 2015

Trabalho escravo: perfil dos escravizados

Um estudo citado pela Organização Internacional do Trabalho (OIT), com 121 trabalhadores resgatados de quatro estados, principalmente Pará e Mato Grosso, mostrou que a maioria deles se desloca constantemente e apenas 25% residem no estado de nascimento.
Quase todos começaram a trabalhar antes dos 16 anos e mais de um terço, antes dos 11 anos, em geral para ajudar os pais nas fazendas.
Do total de entrevistados, 40% foram recrutados por meio de amigo ou conhecido e 27%, por meio de agente de recrutamento, o chamado “gato”, ou diretamente na fazenda.
Dados da ONG Repórter Brasil informam que 95,5% das pessoas que trabalham em regime semelhante ao da escravidão são homens. Do total, 40,1% são analfabetos. Apenas 27,9% chegaram a cursar os primeiros anos do ensino fundamental, sem, no entanto, completarem o quinto ano (antiga quarta série). Outros 21,2% prosseguiram os estudos, mas sem concluírem o ensino fundamental.
A maioria dos trabalhadores (63%) estava entre os 18 e 34 anos no momento do resgate, idade em que teriam, em tese, completado os ensinos fundamental e médio.
Mas é também nessa idade que estão no auge do vigor físico, capazes de executar tarefas pesadas e extenuantes.

Outro dado que chama a atenção é o uso de adolescentes no trabalho nas fazendas, ainda que perfaçam apenas 2,5% do contingente de resgatados.
As poucas mulheres encontradas pelos fiscais em geral trabalhavam como cozinheiras ou eram esposas de trabalhadores, muitas acompanhadas de crianças, que já ajudavam nas tarefas domésticas.

domingo, 4 de janeiro de 2015

DA MINHA CELA


Publicado originalmente na Revista A.B.C, edição de 30/11/1918



Não é bem um convento, onde estou há quase um mês; mas tem alguma coisa de monástico, com o seu longo corredor silencioso, para onde dão as portas dos quartos dos enfermos.

É um pavilhão de hospital, o Central do Exército; mas a minha enfermaria não tem o clássico e esperado ar das enfermarias: um vasto salão com filas paralelas de leitos.

Ela é, como já fiz supor, dividida em quartos e ocupo um deles, claro, com uma janela sem um lindo horizonte como é tão comum no Rio de Janeiro.

O que ela me dá é pobre e feio; e, além deste contratempo, suporto desde o clarear do dia até à boca da noite o chilreio desses infames pardais. No mais, tudo é bom e excelente nesta ala de convento que não é todo leigo, como poderia parecer a muitos, pois na extremidade do corredor há quadros de santos que eu, pouco versado na iconografia católica, não sei quais sejam.

Além desses registros devotos, no pavimento térreo, onde está o refeitório, há uma imagem de Nossa Senhora que preside as nossas refeições; e, afinal, para de todo quebrar-lhe a feição leiga, há a presença das irmãs de São Vicente de Paula. Admiro muito a translucidez da pele das irmãs moças; é um branco pouco humano.

A minha educação céptica, voltairiana, nunca me permitiu um contato mais contínuo com religiosos de qualquer espécie. Em menino, logo após a morte de minha mãe, houve uma senhora idosa, Dona Clemência, que assessorava a mim e a meus irmãos, e ensinou-me um pouco de catecismo, o “Padre-Nosso”, a “Ave-Maria” e a “Salve-Rainha”, mas bem depressa nos deixou e eu não sabia mais nada dessas obrigações piedosas, ao fim de alguns meses.

Tenho sido padrinho de batismo umas poucas de vezes e, quando o sacerdote, na celebração do ato, quer que eu reze, ele tem que me ditar a oração.

A presença das irmãs aqui, se ainda não me fez católico praticante e fervoroso, até levar-me a provedor de irmandade como o Senhor Miguel de Carvalho, convenceu-me, entretanto, de que são úteis, senão indispensáveis aos hospitais.

Nunca recebi (até hoje), como muitos dos meus companheiros de enfermaria,  convite para as suas cerimônias religiosas. Elas, certamente, mas sem que eu desse motivo para tal, me supõem um tanto herege, por ter por aí rabiscado uns desvaliosos livros.

Por certo, no seu pouco conhecimento da vida, julgam que todo escritor é acatólico. São, irmãs, até encontrarem um casamento rico que os faz carolas e torquemadescos. Eu ainda espero o meu...

Testemunha do fervor e da dedicação das irmãs no hospital em que estou, desejaria que fossem todas elas assim; e deixassem de ser, por bem ou por mal, pedagogas das ricas moças da sinistra burguesia, cuja cupidez sem freio faz da nossa vida atual um martírio, e nela estiola a verdadeira caridade.

Não sei como vim a lembrar-me das causas nefandas daí de fora, pois vou passando sem cuidado, excelentemente, neste coenobium semileigo em que me meti. Os meus médicos são moços dedicados e interessados, como se amigos velhos fossem, pela minha saúde e restabelecimento.

O doutor Alencastro Guimarães, o médico da minha enfermaria, colocou-me no braço quebrado o aparelho a que, parece, chamam de Hennequin!

Sempre a literatura e os literatos...
(...)
Lima Barreto

sábado, 3 de janeiro de 2015

Homenagem a Clarice Lispector



http://www.claricelispectorims.com.br/BooksUm dos principais nomes da literatura brasileira e figura literária de estatura internacional, Clarice Lispector esforçou-se para desconstruir o mito em que se cristalizou sua imagem, associada à da mulher triste e solitária.

Em homenagem à escritora, Instituto Moreira Salles disponibiliza um site no qual é possível consultar sua bibliografia e uma detalhada cronologia, produzida por Nádia Batella Gotlib, professora livre-docente da USP.