A
desigualdade no acesso a uma ocupação e a disparidade nas condições de trabalho
creditadas às diferenças de cor têm ocupado papel de destaque nas agendas de
pesquisas e estudos de diversas instituições. A centralidade dada a esta
relação é compreensível.
Para
a maioria da população, o mercado de trabalho constitui meio primordial de acesso
à renda. Em troca do exercício profissional disponibilizado a um empregador ou
através da produção de bens ou serviços do trabalho independente, um amplo
contingente de pessoas busca suprir as necessidades materiais da existência, própria
e de suas famílias. Essencial na compreensão das estruturas produtivas e de
distribuição, esta noção-núcleo pode e deve ser substantivamente alargada para
o entendimento das sociedades contemporâneas. O mercado de trabalho também
abriga outras dimensões sociológicas e culturais que influenciam a inserção de
indivíduos na estrutura das comunidades, associadas ao prestígio social
decorrente das diferentes ocupações e da efetiva possibilidade de participação
organizada na sociedade sob a forma de grupos de interesses ou classes sociais.
É
neste sentido que a dinâmica do mercado de trabalho expressa os padrões vigentes
das relações raciais que se apresentam na sociedade brasileira. Ou seja, a
questão racial interfere para designar lugares para trabalhadores negros na
estrutura produtiva, passíveis de serem traduzidos por situações de
discriminação não determinadas pelos critérios objetivos da produção, que
acarretam desvantagens aos afro-brasileiros.
Para
analisar a persistência desvantajosa vivenciada pelos negros nos mercados de
trabalho mais dinâmicos do país, este Boletim Especial (divulgado pelo DIEESE)
retrata o desequilíbrio existente na valoração do trabalho entre os grupos de
cor da força de trabalho ocupada no biênio 2011-2012.
(...)
O texto acima foi extraído do Boletim Especial divulgado pelo DIEESE
Acesse e baixe o Boletim Especial Os Negros no Trabalho
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